UFV - Teses
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Item Crescimento e acúmulo de nutrientes pelo cafeeiro Conilon (Coffea canephora Pierre)(Universidade Federal de Viçosa, 2005) Bragança, Scheilla Marina; Martinez, Hermínia Emília Prieto; Universidade Federal de ViçosaCom o objetivo de caracterizar o crescimento, o acúmulo e a flutuação estacional dos nutrientes no cafeeiro Conilon (Coffea canephora Pierre), foi instalado um experimento na Fazenda Experimental do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER), no município de Marilândia-ES. O transplantio foi realizado em outubro de 1995 e o experimento conduzido até o sexto ano de idade. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos casualizados com vinte e quatro tratamentos e três repetições. Cada tratamento correspondeu a uma época de amostragem, realizada em intervalos de três meses, a partir do transplantio. Os blocos foram dispostos em uma área com 1.500 plantas no sentido transversal à declividade do terreno e cada parcela constituída por única planta. Em cada bloco foram conduzidas 100 plantas úteis, no espaçamento de 3,0 m entre linha e 1,5 m entre plantas. A coleta dos dados foi feita por meio de amostragens por bloco, em cada época, procurando com isso explorar ao máximo a área experimental e garantir representatividade das plantas amostradas. Uma planta por época de amostragem foi colhida, aleatoriamente, mediante sorteio, em três repetições. Nas avaliações utilizou-se o clone 02, pertencente à variedade clonal EMCAPA 8111. As plantas úteis foram circundadas pelos outros clones da mesma variedade, que constituíram a bordadura. As adubações e os tratos culturais foram realizados de acordo com as recomendações técnicas existentes para a cultura, no estado do Espírito Santo. As três plantas amostradas em cada época foram retiradas do solo por meio de jatos d’água e a seguir foram seccionadas, de forma a separar os seus órgãos em raiz, tronco + ramos ortotrópicos, ramos plagiotrópicos, folhas e frutos. Após o preparo das partes recém coletadas determinou-se o seu peso de matéria seca e concentração de macro e micronutrientes. Em seguida, utilizando-se os valores médios das três repetições, foram determinadas: curvas de crescimento e acúmulo de nutrientes; taxas de crescimento e acúmulo de nutrientes; partição da biomassa e nutrientes em diferentes órgãos; produtividade e flutuação estacional da concentração de nutrientes. Concluiu-se que: 1) a matéria seca total, do tronco + ramos ortotrópicos, das raízes, das folhas, dos ramos plagiotrópicos, e dos frutos aumentou progressivamente segundo uma função sigmoidal, alcançando no 72o mês 15,94 kg/planta, 7,39 kg/planta, 2,69 kg/planta, 2,65 kg/planta, 1,88 kg/planta e 1,33 kg/planta, respectivamente; 2) os conteúdos de N, P, K, Ca, Mg e S na planta aumentaram progressivamente segundo uma função sigmoidal, alcançando no 72o mês 249,38 g, 14,17 g, 137,16 g, 214,10 g, 42,37 g e 23,64 g, respectivamente. A ordem de acúmulo foi: N > Ca > K > Mg > S > P; 3) os conteúdos de Fe, Mn, B, Zn e Cu na planta aumentaram progressivamente segundo uma função sigmoidal, alcançando no 72o mês 4.716,05 mg, 1.018,32 mg, 336,39 mg, 239,96 mg e 87,85 mg, respectivamente. A ordem de acúmulo foi: Fe > Mn > B > Zn > Cu. 4) De modo geral, foram observados teores mais baixos de Mg em abril e de N, P, K, S e P, em julho. Para o cálcio, houve aumento contínuo das concentrações foliares ao longo do tempo. Os menores teores foliares de micronutrientes foram observados em abril, à exceção do boro, cujas concentrações reduziram -se de janeiro a outubro, e do cobre, cujas concentrações mantiveram-se praticamente constantes ao longo do ano.Item Alterações física e químicas do solo e estado nutricional do cafeeiro em resposta à fertirrigação com água residuária de origem doméstica.(Universidade Federal de Viçosa, 2005) Medeiros, Salomão de Sousa; Soares, Antônio Alves; Universidade Federal de ViçosaA oferta de água no mundo tem relação estreita com a segurança alimentar, o estilo de vida das pessoas, o crescimento industrial e agrícola e a sustentabilidade ambiental. Nas regiões áridas e semi-áridas, a água tornou-se fator limitante para o desenvolvimento urbano, industrial e agrícola. O Brasil, apesar de apresentar uma disponibilidade elevada de recursos hídricos, cerca de 257.790 m3 S-1, aproximadamente 17,3% dos recursos hídricos do planeta, a possui de forma desigual. Dos nove estados do Nordeste, cinco (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe) já sinalizam a escassez hídrica, por apresentar uma disponibilidade menor que 1.700 m3 hab-1 ano-1. Neste contexto de escassez de água, associada aos problemas de qualidade surge, como alternativa, a utilização da água residuária. Neste sentido, objetivou-se, investigar as alterações física e químicas do solo e o estado nutricional do cafeeiro, em resposta à fertirrigação com água residuária filtrada de origem doméstica e comparar os resultados com aqueles obtidos com o manejo convencional. As características física e químicas do solo monitoradas, foram: P, K+ , Na+, Ca2+, Mg2+, Al3+, H + Al, matéria orgânica (MO), N - total, P - remanescente, Zn, Fe, Mn, Cu, B, S, pH, condutividade elétrica do extrato da pasta saturada do solo (CE), argila dispersa em água (ADA), razão de adsorção de sódio (RAS) e porcentagem de sódio trocável (PST); nas folhas do cafeeiro foram monitoradas as concentração de N, P, K, Ca, Mg, S, Zn, Fe, Mn, Cu e B. O experimento foi implantado na Unidade Piloto de Tratamento de água residuária e Agricultura Irrigada, localizada na Universidade Federal de Viçosa - UFV, pertencente ao Departamento de Engenharia Agrícola - DEA. O delineamento experimental constituiu-se de 18 unidades experimentais, cada uma composta de oito plantas. O experimento foi montado segundo o esquema de parcelas subdivididas, tendo nas parcelas os tipos de manejo adotados (convencional - MC e com água residuária de origem doméstica - MR com aplicação de cinco diferentes lâminas) e nas subparcelas, as faixas de profundidades do solo (0 - 0,20; 0,20 - 0,40 e 0,40 - 0,60 m) no delineamento em blocos casualizados (linhas de plantio) com três repetições. O período de monitoramento das alterações física e químicas do solo e do estado nutricional do cafeeiro, foi de 270 dias, sendo que a cada 90 dias eram realizadas amostragens do solo e a coleta de amostras foliares, para verificar o efeito dos manejos ao longo do tempo. O MC (tratamento T1), constituiu-se de calagem, adubação convencional e irrigação suplementar com água da represa. No MR foram aplicadas cinco diferentes lâminas de água residuária filtrada de origem doméstica (tratamentos: T2, T3, T4, T5 e T6) as quais variaram de acordo com o tempo. No tempo 1 - Tp1 (após 90 dias, a adoção dos manejos) as lâminas de água residuária aplicadas totalizaram: 117, 146, 234, 264 e 293mm. No tempo 2 - Tp2 (após 180 dias, a adoção dos manejos) 155, 197, 309, 360 e 399mm e no tempo 3 – Tp3 (após 270 dias, a adoção dos manejos) 202, 262, 399, 468 e 532 mm. Os resultados mostraram que: quanto ao aspecto de salinidade, a água residuária de origem doméstica não apresentou qualquer grau de restrição de uso, porém, avaliando-a quanto ao risco potencial de provocar problemas de infiltração no solo, a água apresentou restrição de uso, de ligeiro a moderado. No que se refere à toxicidade de íons específicos, a água residuária não indicou restrições de uso, por apresentar uma concentração de Na + menor que 69 mg L-1 . O valor médio do pH da água residuária foi considerado médio, estando de acordo com a faixa normal para uso na irrigação. As concentrações médias de Zn e Mn estão de acordo com as diretrizes para uso na irrigação por longos períodos; já as concentrações médias de Cu e Fe estão um pouco acima do recomendado se a lâmina aplicada for maior de 1200 mm ano-1 . Quanto à influência da qualidade da água residuária de origem doméstica no surgimento de problemas de obstrução no sistema de irrigação localizada, a concentração de sólidos suspensos não proporcionou nenhum grau de restrição; no entanto, apresentou grau de restrição de ligeira a moderada para o pH e concentração de Mn e severa para concentração de Fe. A aplicação de água residuária filtrada de origem doméstica foi eficaz no suprimento das necessidades hídricas do cafeeiro e, devido à sua composição química, possibilitou melhoria na fertilidade do solo e do estado nutricional do cafeeiro. Os principais impactos positivos observados no solo em resposta à adoção do MR, foram: aumento do pH, das concentrações de P disponível, K +, Ca 2+, Mg 2+ e S trocáveis, MO, N - total e diminuição da acidez trocável e potencial e ADA, enquanto os impactos negativos verificados no solo em decorrência do MR, foram: incremento nas concentrações de Fe, Mn e B disponíveis, Na+ trocável, aumento da CE, RAS e PST. Apesar do aumento da CE do solo no MR, não se constataram problemas de salinização no solo, por apresentar CE < 2000 µS cm-1 . Avaliando os valores da PST (< 7%), verificou-se que o solo não apresenta comprometimento da sua estrutura; já avaliando a CE e PST do solo conjuntamente, o solo submetido ao MR foi classificado como normal. De maneira geral, o MR foi mais efetivo na melhoria do estado nutricional do cafeeiro, do que o MC, pois as concentrações dos principais nutrientes (N, Ca, Mg, S, Zn e Cu) ficaram dentro dos níveis considerados adequados. Os nutrientes passíveis de causar problemas de toxicidade ao cafeeiro, são o Fe e Mn. Do ponto de vista ambiental, a disposição de água residuária no solo pode vir como alternativa para o tratamento dessas águas, além de potencializar a produção de alimentos.Item Crescimento, metabolismo do carbono e partição de assimilados, em resposta à manipulação da razão fonte:dreno, em Coffea arabica L. sob condições de campo(Universidade Federal de Viçosa, 2007) Cunha, Roberto Lisboa; DaMatta, Fábio Murilo; Universidade Federal de ViçosaAlterações no crescimento vegetativo, nas trocas gasosas, nos parâmetros de fluorescência da clorofila a, no metabolismo de carboidratos e no particionamento do 14carbono, em resposta à manipulação da relação fonte:dreno, foram investigadas em plantas de café cultivadas em campo. Essas manipulações foram realizadas por meio de desfrutificação e desfolhamento controlados, visando-se induzir alterações na capacidade fotossintética das folhas. Os tratamentos consistiram de: (i) remoção de todos os frutos e 100% da área foliar (T1); (ii) metade da carga de frutos e 100% da área foliar (T2); e (iii) carga completa de frutos e 50% da área foliar (T3). As avaliações de crescimento foram realizadas a partir da aplicação dos tratamentos quando os frutos atingiram o estádio chumbinho, enquanto as trocas gasosas e análises fotoquímicas e metabólicas foram avaliadas durante a fase linear de ganho de massa seca dos frutos. As taxas de crescimento de ramos plagiotrópicos, do número de nós formados e do ganho de área foliar foram significativamente menores nas plantas do tratamento T3 em relação às de T1. A massa seca média dos frutos foi significativamente maior em T2 que em T3. Por outro lado, a produção de frutos-bóia por planta e a abscisão de frutos por ramo foram maiores em T3 que em T2. Além disso, plantas do tratamento T3 apresentaram valores mais negativos de composição isotópica do carbono, porém maiores taxas diárias de assimilação de carbono e condutância estomática, além de menor temperatura foliar (particularmente durante os períodos mais quentes). De modo geral, a alteração na razão fonte:dreno promoveu pouca ou nenhuma alteração (i) na atividade das enzimas do metabolismo do carbono (carboxilase/oxigenase da ribulose-1,5-bisfosfato, pirofosforilase da ADP-glicose, invertase ácida, sintase da sacarose, sintase da sacarose fosfato, bisfosfatase da frutose-1,6-bisfosfato, fosforilase do amido, desidrogenase do gliceraldeído-3-fosfato), (ii) na concentração de glicose, frutose, sacarose e amido, (iii) na concentração dos intermediários fosforilados (RuBP, glicose-6-fosfato, frutose-6-fosfato, glicose-1-fosfato e ortofosfato), assim como (iv) no partição de 14C recentemente fixado. Em conjunto, os resultados indicam que a redução na razão fonte:dreno pode afetar positivamente a fotossíntese, via aumentos na condutância estomática, porém sem alterar a fotoquímica e a bioquímica da fotossíntese durante a fase de rápido crescimento dos frutos do cafeeiro.Item Aspectos fisiológicos do crescimento e da produção do cafeeiro(Universidade Federal de Viçosa, 2009) Chaves, Agnaldo Rodrigues de Melo; DaMatta, Fábio Murilo; Universidade Federal de ViçosaNeste trabalho, foram investigadas alterações no crescimento vegetativo, na produção, na "seca de ramos", nas trocas gasosas, no metabolismo de carboidratos, nos teores de nitrogênio e pigmentosem folhas e segmentos de ramos de plantas de café cultivadas em renques orientados na posição norte-sul, sob condições de campo, ao longo de dois anos. Foram realizadas avaliações em ramos em três classes de razão área foliar/número de frutos (RAF) [0 a 6 (R1); 6,1 a 14 (R2); >14 cm2 fruto-1 (R3)], em 2006-2007, e RAF >20 cm2 fruto-1, em 2007-2008, nas posições leste inferior (LI), leste superior (LS), oeste inferior (OI) e oeste superior (OS) da copa. As avaliações de crescimento foram realizadas de novembro de 2006 a março de 2007, e de novembro de 2007 a maio de 2008. As avaliações de trocas gasosas, metabolismo do carbono, nitrogênio e pigmentos foram realizadas em março de 2007 e em março de 2008, enquanto a produção de frutos foi avaliada em abril de 2007 e em maio de 2008, e a seca de ramos, em julho de 2007 e 2008. A taxa de crescimento dos ramos foi maior, enquanto a produção e a seca de ramos foram menores, na medida em que a RAF aumentou, em todas as posições avaliadas, em 2006-2007. Em 2007-2008, a taxa de crescimento dos ramos foi maior nos estratos superiores em comparação aos inferiores, tanto nas posições leste como na oeste do renque. Em 2007, a produção total de frutos e de frutos normais nas faces leste e oeste foi maior no estrato superior em relação ao inferior, enquanto a produção de frutos-bóia foi maior em OS que em OI. Entre as faces do renque, tanto a produção total de frutos, a de frutos normais e a de frutos-bóia, bem como a morte de ramos, no estrato superior, foram maiores na face leste em comparação com a oeste. A produção total de frutos foi sobremodo maior em 2006-2007 que em 2007-2008, em todas as posições e faces avaliadas. Não se puderam associar diferenças de produção entre os tratamentos com diferenças de taxas de fotossíntese, com variações na composição isotópica do carbono e nem com diferenças de disponibilidade de carboidratos, fato que poderia ser explicado pela perda da autonomia dos ramos, particularmente nos períodos de alta demanda de assimilados pelos frutos. Em consonância com estes resultados, nenhuma alteração substancial nas atividades de enzimas-chave associadas ao metabolismo do carbono foi verificada. Não se pôde, também, associar seca de ramos com disponibilidade de minerais e carboidratos, nem com estresse oxidativo. Em adição, não se verificaram variações de bienalidade de produção entre faces do dossel; possivelmente, maior produção da face leste poderia estar associada com maior disponibilidade de luz, nas condições deste experimento. Registra-se, ainda, que a manutenção das trocas gasosas, ao longo do dia, pode estar muito mais associada a baixas demandas evaporativas da atmosfera do que propriamente com retroinibição da fotossíntese. Nesse sentido, os estômatos parecem responder fortemente ao aumento do déficit de pressão de vapor; porém, ritmos endógenos também podem estar associados ao fechamento estomático, especialmente no fim da tarde.Item Variabilidade da produtividade e da qualidade do café em três municípios da Zona da Mata Mineira(Universidade Federal de Viçosa, 2008) Cerqueira, Elder Sânzio Aguiar; Queiroz, Daniel Marçal de; Universidade Federal de ViçosaObjetivou-se com este trabalho analisar a variabilidade da produtividade e da qualidade da cafeicultura familiar da região de Viçosa. Para isso, foram caracterizadas áreas de pequena produção de café de montanha; levantou-se o perfil gerencial dos produtores das áreas selecionadas; desenvolveu-se um sistema de acompanhamento de atividades para pequenos produtores realizarem o manejo localizado; criou-se um sistema com base em técnicas de SIG para auxiliar o gerenciamento da cafeicultura familiar, da qualidade e produtividade; e analisou-se a correlação entre parâmetros do sistema de produção com a produtividade e a qualidade do café. O trabalho teve como resultados o sistema de geoespacialização por mapas do modelo digital de elevação, mapas de orientação do terreno, mapas de inclinação do terreno e mapas da radiação solar global mensal para os meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho de 2005. Também, foram caracterizados os talhões de cada propriedade das variáveis ano de plantio da lavoura, representado em forma de mapa, variedade, espaçamento, área de cada talhão e número de pés de café, que foram organizados em tabelas. Em face das metodologias empregadas e dos resultados obtidos, bem como das condições em que este trabalho foi conduzido, conclui-se que: as áreas estudadas foram consideradas adensadas por possuírem, em média, um espaçamento de 2,5 x 1,0 m, com 4.000 plantas ha-1; a organização e o nível de tecnologia nas propriedades estão associados ao grau de escolaridade dos produtores e à participação, com frequência, em associações, nos últimos 10 anos, bem como à assistência técnica da Emater na conscientização do manejo adequado nas lavouras cafeeiras; o advento da tecnologia leva aos produtores uma perspectiva melhor na organização da propriedade e um melhor gerenciamento da produção no intuito de buscar captar mais lucros; o relacionamento entre os funcionários e entre funcionários e gerência é muito satisfatório nas pequenas propriedades, possibilitando desenvolver qualquer metodologia que traga benefício para o produtor; os produtores além de estarem permanentemente nas propriedades também fazem o planejamento das atividades em que decidem o que produzir, quanto produzir, como produzir e onde produzir; a escassez de recurso financeiro é o principal fator que impede a implantação dos planos para a propriedade; os proprietários tentam se organizar no controle da fazenda por meio de anotações feitas em cadernos e/ou livros caixa; o perfil gerencial dos pequenos cafeicultores de montanha foi o Estilo Flexível, por utilizar pouca informação para decidir, mas procurando analisá-las sob diferentes aspectos, optando pela mais apropriada; a caderneta de campo permite ao produtor enxergar a propriedade geoespacializada e uma melhor organização dos dados nas suas anotações; o Sistema de Acompanhamento das Atividades da Cafeicultura permite ao extensionista manusear as principais informações dos talhões, auxiliando na tomada de decisão e no zoneamento de áreas, proporcionando uma melhor avaliação dos custos de produção; e que não houve correlação entre produtividade e qualidade em relação às variáveis estudadas (altitude, radiação solar, atributos físicos e químicos do solo), demandando novas pesquisas, com novas metodologias, e estudo de outras variáveis que não foram alvo desta pesquisa.Item Respostas anatômicas e fisiológicas de plantas de café cultivadas em diferentes níveis de nitrogênio e irradiância(Universidade Federal de Viçosa, 2008) Pompelli, Marcelo Francisco; DaMatta, Fábio Murilo; Universidade Federal de ViçosaDois experimentos foram conduzidos separadamente e analisados como tal, a fim de investigarem-se os efeitos da irradiância e da nutrição diferencial de nitrogênio sobre (i) as respostas alométricas e morfológicas e (ii) os mecanismos de fotoproteção em plantas de café, sob condições de inverno. Procurou-se, ainda, avaliar os atuais modelos alométricos usados para a estimativa da área foliar do cafeeiro e propor um novo modelo usando medições não-destrutivas do limbo foliar nas duas espécies de cafeeiros mais cultivados no mundo (Coffea arabica e C. canephora). No primeiro experimento, plantas de C. arabica cv Catuaí Vermelho IAC 44 foram cultivadas em vasos de 12 L, a pleno sol ou sob redução de 50% da irradiância; para cada tratamento de luz, três níveis de nitrogênio (0, 16 e 23 mM, respectivamente níveis deficiente, adequado e em excesso) foram aplicados. A deficiência de N causou uma redução marcante no acúmulo de biomassa, independentemente do ambiente lumínico. Em todo o caso, as mudas cultivadas a pleno sol acumularam mais biomassa que as plantas sombreadas, um forte indício de que as taxas fotossintéticas líquidas foram maiores nas primeiras. A disponibilidade de luz, mas não de nitrogênio, promoveu alterações na morfologia da epiderme: um aumento da expansão foliar, nas plantas sombreadas, resultou em diminuição da densidade estomática de forma mais expressiva que a redução observada no índice estomático. Essas alterações foram independentes de qualquer alteração nas dimensões do estômato, porém dependentes de alterações na área média das células ordinárias da epiderme. No segundo experimento, as plantas foram cultivadas de modo semelhante ao primeiro experimento, porém em apenas dois níveis de nitrogênio (0 e 23 mM). As baixas temperaturas noturnas, combinadas às altas irradiâncias, especialmente nas plantas cultivadas a pleno sol, afetaram significativamente a assimilação líquida de carbono, devido, principalmente, às limitações difusivas. As plantas sombreadas exibiram taxas fotossintéticas significativamente maiores em relação às das plantas cultivadas a pleno sol. Em contraste, a capacidade fotossintética potencial foi maior nas últimas, bem como nas plantas +N. Isso sugere que os efeitos positivos da nutrição nitrogenada sobre a fotossíntese, in situ, pode ter sido aparentemente atenuados pelas resistências difusivas impostas, presumivelmente, pelas baixas temperaturas noturnas. As plantas -N apresentaram menor concentração de clorofilas, especialmente nas plantas cultivadas a pleno sol. Nessas plantas, uma menor concentração de carotenóides, em base de massa, e a menor atividade da peroxidase do ascorbato foram circunstancialmente associadas ao acúmulo de H2O2, que pode ter acarretado danos às membranas cloroplastídicas. Por outro lado, as plantas +N apresentaram maiores concentrações de clorofilas e carotenóides, fato que possivelmente contribuiu para a elevação da fração da energia luminosa usada na fotoquímica e uma diminuição da fração dissipada termicamente, particularmente nas plantas cultivadas à sombra. Nas plantas cultivadas a pleno sol, a atividade da catalase e da sintetase da glutamina (em decorrência da fotoinibição), são evidências circunstanciais de maior atividade fotorrespiratória das plantas cultivadas a pleno sol. Em todo o caso, a aclimatação da maquinaria fotossintética a condições de pleno sol foi fortemente dependente da disponibilidade de nitrogênio. No terceiro experimento, mostrou-se que as atuais metodologias de estimação da área foliar do cafeeiro, em geral, levam a uma subestimação da área foliar real. Desenvolveu-se um modelo potencial (Y = β0Xβ1), baseado nas duas dimensões do limbo [Área foliar = 0,6626 x (Comprimento x Largura)1,0116]; R2 = 0,996) com alta precisão acurácia,dispersão normal dos resíduos e ausência de viés, independentemente da cultivar, do tamanho e da forma da folha . O comprimento apenas (nas não a largura) pode ser utilizado, com boa acurácia, para a predição da área foliar, porém às expensas de uma ligeira perda de precisão, principalmente nas folhas com razão comprimento/largura menor que 2,0 ou maior que 3,0 (8% das folhas amostradas).Item Caracterização fisiológica da tolerância à seca em Coffea canephora: contribuição relativa do sistema radicular e da parte aérea(Universidade Federal de Viçosa, 2007) Silva, Vânia Aparecida; Loureiro, Marcelo Ehlers; Universidade Federal de ViçosaA enxertia recíproca entre genótipos com respostas contrastantes à seca (clones 109 e 120, respectivamente sensível e tolerante) foi realizada com o objetivo de avaliar a contribuição relativa do sistema radicular e da parte aérea na tolerância ao déficit hídrico em Coffea canephora. Foram avaliadas as enxertias (enxerto/porta-enxerto) 120/109, 120/120, 109/120, 109/109, além dos respectivos pés francos 109 e 120. As plantas foram cultivadas em vasos com 12 L de substrato, em casa de vegetação. Ao atingirem seis meses, metade das plantas continuou sendo irrigada constantemente, enquanto a outra metade foi submetida à seca, imposta pela suspensão da irrigação. O pé-franco 120 e as enxertias que possuíam o clone 120, como sistema radicular, apresentaram redução mais lenta do potencial hídrico antemanhã (Yam) sob déficit hídrico, com um sistema radicular mais profundo, e menor descriminação isotópica do carbono, quando comparadas com o pé-franco 109 e autoenxertia 109/109. Aquelas plantas também apresentaram uma redução na condutância estomática (gs) sob Yam = -0,5 Mpa, e maiores concentrações de ácido abscísico (ABA) foliar sob déficit hídrico moderado (Yam = -1,0 e -1,5 Mpa). Entretanto, não foi possível observar associações entre alterações na concentração foliar de ABA e gs, nem diferenças quanto à gs entre as plantas sob déficit moderado e severo. Por outro lado, a concentração radicular de ABA foi maior nas plantas que possuíam o sistema radicular 120, independentemente dos regimes hídricos. Essas plantas também apresentaram, sob déficit hídrico severo, reduções menos pronunciadas em A, menor extravasamento de eletrólitos, menores atividades da APX e CAT e menores acúmulos de hexoses, aminoácidos e prolina. Verificou-se também que assim como o sistema radicular, a parte aérea do clone 120 também contribui para a tolerância à seca, pois, quando comparada as plantas sensíveis 109 e 109/109, a enxertia 120/109 apresentou redução mais lenta do Yam, menor discriminação isotópica, maior concentração de ABA foliar sob déficit hídrico moderado, e menor extravasamento de eletrólitos sob déficit severo, quando comparadas as plantas 109/109 e 109. Entretanto, a enxertia 120/109 apresentou queda mais rápida do ψam do que as plantas que possuíam o sistema radicular 120, destacando a relativa maior importância do sistema radicular para conferir tolerância à seca. Em conjunto, estes dados mostram a contribuição relativa da parte aérea e do sistema radicular na tolerância à seca e indicam a perspectiva de utilização de porta-enxertos de clones tolerantes para aumentar a tolerância à seca de genótipos mais sensíveis.Item Desempenho fotossintético do cafeeiro em resposta a tensões abióticas(Universidade Federal de Viçosa, 1995) DaMatta, Fábio Murilo; Maestri, Moacyr; Universidade Federal de ViçosaForam investigadas respostas fisiológicas decorrentes de tensões luminosa, térmica e hídrica, sobre o aparelho fotossintético de Coffea arabica cv Catuaí Vermelho e C. canephora cv Conillon. Sob alta irradiância, a fotoinibição foi manifestada por decréscimos lineares da eficiência fotoquímica do fotossistema II (FSII). Cloranfenicol (CAP) intensificou a extensão da fotoinibição e bloqueou completamente o seu restabelecimento sob baixa irradiância, sem quaisquer efeitos aparentes de ditiotreitol (DTT). Não foi observada separação de fases na reversão da fotoinibição. A evolução de oxigênio fotossintético, sob condições fotoinibitórias, foi reduzida por CAP e DTT, sendo decrescida apenas marginalmente nas plantas-controles de Catuaí, porém com pronta recuperação após 90min de exposição a baixa irradiância. Com relação à temperatura, o desempenho fotossintético de Conilon e Catuaí foi reduzido em folhas que se desenvolveram no inverno, com decréscimos mais drásticos no primeiro cultivar, principalmente em virtude de fatores não-estomáticos. O teor de amido foliar foi significativamente maior no inverno, Catuaí mostrando teores 70% superiores àqueles observados em Conilon. Foi verificada, naquele cultivar, uma estreita correlação entre a evolução de oxigênio fotossintético e a concentração foliar de amido. Quando os níveis desse carboidrato foram reduzidos à metade, a evolução do oxigênio fotossintético e a eficiência fotoquímica do FSII foram estabelecidas a taxas semelhantes àquelas medidas em folhas desenvolvidas no verão. Conilon acumulou prolina e ascorbato em maior extensão do que Catuaí, no inverno, ocorrendo o oposto com relação a malondialdeído. A constante da taxa de recuperação da fotoinibição, no inverno, foi quatro vezes menor em Catuaí, sendo incrementada no verão, mas a valores inferiores aos mostrados por Conilon. Nesse cultivar, a redução da fotossíntese nas fases iniciais da seca foi governada, principalmente, por fatores não-estomáticos, enquanto em Catuaí, tanto fatores estomáticos quanto não-estomáticos estiveram associados com a redução do seu desempenho fotossintético. Sob défice hídrico severo, limitações não-estomáticas foram as mais importantes, no controle das taxas fotossintéticas, com menores decréscimos em Conilon, que maximizou o ganho de carbono às expensas de conservação de água. Deficiência hídrica moderada, per se, não afetou consistentemente a evolução do oxigênio fotossintético na recuperação da fotoinibição em ambos os cultivares, porém, sob seca severa, a capacidade fotossintética de Catuaí foi drasticamente reduzida. De modo geral, o aparelho fotossintético do Conilon foi menos sensível do que o do Catuaí a altas irradiâncias, à temperatura e ao défice hídrico.Item Modelos prognósticos de produtividade da cultura do café no Estado de Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2003) Carvalho, Luiz Gonsaga de; Sediyama, Gilberto Chohaku; Universidade Federal de ViçosaA previsão de produção da cultura do café, tanto no Brasil como no âmbito internacional, assume papel fundamental na garantia da estabilidade e regularidade do abastecimento do mercado. Portanto, este trabalho, desenvolvido especificamente para a região Sul do Estado de Minas Gerais, objetivou, em geral, avaliar e testar três modelos prognósticos de produtividade para a cultura do café, tendo como previsores os elementos agrometeorológicos durante as fases fenológicas da cultura. O primeiro modelo avaliado representou os municípios de Alfenas, Guaxupé, Monte Belo, Lavras, São Sebastião do Paraíso, Varginha e Viçosa. Para cada um destes municípios, séries de 15 anos de produtividades (kg ha-1) de café em coco foram submetidas, individualmente, à análise harmônica por séries de Fourier, das quais se extraíram os coeficientes de senos e cossenos até o sétimo harmônico, submetendo-os à regressão linear múltipla nos três primeiros componentes principais de um conjunto de 33 variáveis inerentes à produção cafeeira. Tais variáveis foram representadas pela produtividade média de cada município e por elementos climáticos, sendo estes últimos constituídos pelas médias de 15 anos correspondentes aos mesmos anos das produtividades e subdivididos em quatro períodos trimestrais ao longo do ciclo agrícola da cultura, ou seja, de julho a junho. A "performance" dos modelos foi avaliada pelo índice "d" de concordância proposto por WILLMOTT et al. (1985). O modelo não se mostrou satisfatório para a previsão de produtividades, e os resultados apresentaram erros relativos percentuais (ERP) aos valores observados variando de -39,5 a 85,6% e um índice "d" de 0,48. A regressão linear simples, com a reta passando pela origem, de produtividades estimadas em função dos valores observados mostrou uma tendência do modelo em subestimar as produtividades e bastante baixo (r 2 = 0,03) o coeficiente de determinação. O segundo modelo, proposto por Stewart et al. e adaptado por PICINI (1998), foi aplicado a dados de produtividades (sacas ha -1 ) de glebas de lavouras cafeeiras de três municípios do Estado de Minas Gerais (Alfenas, Monte Belo e São Sebastião do Paraíso). Consistiu na regressão linear múltipla da produtividade como função da produtividade do ano anterior e índices de penalização hídrica, sendo estes representados por médias de uma seqüência de três trimestres e outra seqüência de quatro trimestres, de acordo com o ciclo agrícola da cultura. As parametrizações apresentaram valores de R 2 variando de 0,59 a 0,89. Pelos resultados, concluiu-se que o referido modelo não se mostrou satisfatório na previsão de produtividades da cultura do café, apresentando erros relativos percentuais das estimativas bastante discrepantes, com tendência de superestimar a produtividade. O terceiro modelo foi o parametrizado, adotando-se a técnica de regressão linear múltipla em componentes principais para as mesmas séries de produtividades representativas dos municípios do modelo anterior, tomando por base o de Stewart et al., porém acrescentando-se novas variáveis, representadas por elementos agrometeorológicos, além das penalizações hídricas para os quatro trimestres do ciclo agrícola (julho a junho). Como o número de observações é inferior à quantidade de variáveis, recorreu-se à análise multivariada de componentes principais para reduzir a dimensão do conjunto destas. A análise de regressão linear múltipla foi aplicada nos três primeiros componentes principais. As avaliações dos testes apresentaram erros relativos percentuais variando de -61 a 1.969% e os desempenhos, índices "d" de 0,58 a 0,80, havendo também tendência do modelo em superestimar as produtividades.Item Efeito de desfrutificações seqüenciadas sobre o crescimento e a produção do cafeeiro arábico(Universidade Federal de Viçosa, 2002) Castro, Alberto Moura de; Barros, Raimundo Santos; Universidade Federal de ViçosaOs efeitos da desfrutificação seqüenciada de Coffea arabica cv Catuaí sobre o crescimento e a produção das plantas, foram estudados em condições de campo, de outubro de 1999 a setembro de 2001, em Viçosa, MG. A fase de crescimento ativo das plantas ocorreu entre setembro e março, período em que as temperaturas eram elevadas e as chuvas abundantes. As taxas de crescimento das plantas reduziram-se gradativamente a partir de abril, atingindo valores mínimos entre julho e agosto, quando as temperaturas mostravam-se mais baixas e as chuvas escassas. O crescimento vegetativo mostrou-se correlacionado com os fatores ambientes correntes. A periodicidade do crescimento não foi alterada pela remoção das estruturas reprodutivas, mas as taxas de crescimento foram superiores nas plantas desfrutificadas. Frutos em diferentes estádios de crescimento afetaram diferentemente o crescimento vegetativo do cafeeiro. Nas fases de expansão rápida do fruto e de acúmulo de matéria seca nas sementes, os frutos restringiram a expansão de ramos, o número de nós e o ganho de área foliar. A remoção das estruturas reprodutivas das plantas promoveu aumento no número de brotações de ordem superior. Plantas desfrutificadas no estádio inicial de crescimento dos frutos produziram maior número de estruturas florais no ciclo posterior ao tratamento. Quando efetuada próxima à maturação dos frutos, a desfrutificação levou a um menor número de estruturas florais, semelhantemente ao exibido pelas plantas não-desfrutificadas. No ciclo seguinte, não mais se observou efeito das desfrutificações sobre a intensidade da floração. As desfrutificações seqüenciadas até o final da fase de expansão rápida dos frutos (ciclo 1999/2000) resultaram em aumentos na primeira produção subseqüente de frutos. O número de frutos produzidos nas plantas tratadas logo após a floração principal resultou numa produção 40% maior que a das plantas não-desfrutificadas. Não foi encontrada diferença entre o número de frutos produzidos nas plantas cujos frutos foram removidos no estádio de chumbinho e nas plantas desfrutificadas na fase inicial de formação do endosperma. A produção de plantas desfrutificadas na fase final do enchimento dos grãos não fez aumentar o número de frutos produzidos, que foi idêntico ao das plantas não-desfrutificadas. Não se observou uma correlação definida entre os níveis de carboidratos em ramos e folhas e a produção. O amido parece ter-se acumulado em decorrência das menores taxas de crescimento ou da desfrutificação.