UFV - Dissertações
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Item Diagnóstico da aplicação de águas residuárias da suinocultura na cafeicultura irrigada das regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba-MG(Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-22) Gonçalves, Roberta Alessandra Bruschi; Mantovani, Everardo Chartuni; Oliveira, Rubens Alves de; Ramos, Márcio MotaAs águas residuárias da suinocultura apresentam elevado potencial poluidor do meio ambiente, por serem ricas em material orgânico em suspensão e constituintes orgânicos e inorgânicos em solução. No entanto, se manejadas de forma adequada, constituem fonte de água e nutrientes às culturas. Tradicionais na exploração da cultura do café, as regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba - MG vêm se destacando também na cafeicultura irrigada, pois a deficiência hídrica é uma das condições que mais limitam a produção primária dos ecossistemas e o rendimento das culturas. Algumas propriedades cafeicultoras, entretanto, possuem consórcio com granjas suinícolas. Pela problemática relacionada ao destino das águas residuárias advindas dessa atividade agroindustrial, tornou-se objetivo deste trabalho um diagnóstico da aplicação de águas residuárias da suinocultura (ARS), visando avaliar a uniformidade de distribuição de ARS através de sistemas de irrigação na cafeicultura, caracterizar a ARS conforme sua origem e avaliar comparativamente perfis de solo com e sem aplicação. O trabalho desenvolveu-se em quatro etapas. Seguindo o critério da aplicação de ARS usado pelos cafeicultores das regiões, foram selecionadas 11 propriedades, através da ASTAP (Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba – MG). Primeiramente foram aplicados questionários aos produtores, de maneira a caracterizar a propriedade, sua localidade, área total, área cafeeira, área cafeeira adubada com ARS, manejo adotado com os animais, tipos de produção, sistemas de criação, formas de aplicação dos dejetos ao solo, sistemas de irrigação e bombeamento adotados e os problemas advindos desta prática. Observou- se manejo inadequado das águas residuárias da suinocultura (armazenamento, tratamento, disposição), com 90% dos suinocultores ainda utilizando a chorumeira para aplicação de ARS na cafeicultura; 64% das propriedades diagnosticadas tiveram problemas com a utilização de bombas centrífugas e hoje utilizam bombas helicoidais para recalque das águas residuárias da suinocultura. Em uma segunda etapa, realizaram-se avaliações de uniformidade em sistemas de irrigação por aspersão e localizada, aplicando águas residuárias em áreas exploradas com a cultura do café, sem interferir no manejo adotado pelos proprietários. O sistema que obteve os melhores coeficientes de uniformidade foi o gotejamento, apresentando valores de coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC) de 94% e coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) de 90%. A pouca idade do sistema (1 ano), o monitoramento constante das pressões no final das linhas laterais, o manejo com a ARS e a limpeza após as fertirrigações com águas residuárias podem ser causas da alta uniformidade. O sistema por autopropelido apresentou os valores mais baixos de CUC e CUD: 53 e 28%, respectivamente . Como terceira parte do trabalho, coletaram-se amostras de águas residuárias advindas de diversas localidades, objetivando caracterizá-las conforme sua origem. Ocorreu grande variabilidade entre as amostras, mais de 90% para alguns elementos analisados. Por último, foram avaliados comparativamente perfis de solo em áreas com e sem aplicação de águas residuárias dentro de uma propriedade, com o objetivo de verificar a influência da aplicação de ARS em suas características. Os solos das áreas que receberam ARS, de modo geral, apresentaram os maiores teores dos elementos analisados na camada superficial (0 a 20 cm).Item Desempenho da pauta de exportações agroindustriais de Minas Gerais no período de 1990 a 2003(Universidade Federal de Viçosa, 2005-04-28) Silva, Tania Araújo; Lírio, Viviani Silva; Toyoshima, Sílvia Harumi; Carvalho, Fátima Marília Andrade deO objetivo central deste trabalho é analisar o desempenho da pauta de exportações mineiras de produtos agropecuários. Para tanto, foi escolhida uma metodologia que permitisse, simultaneamente, avaliar o referido desempenho e separar seus efeitos determinantes (efeitos comércio mundial, composição da pauta, destino das exportações e competitividade). Assim sendo, foi realizada a construção de dois indicadores ex post: o primeiro deles é obtido a partir do método Constant Market Share – CMS, que permite decompor o crescimento (decrescimento) das exportações em diferentes efeitos; o segundo indicador escolhido foi o de Vantagem Comparativa Revelada – VCR. Ambos os indicadores são tradicionalmente utilizados em pesquisas que buscam averiguar o desempenho exportador de um país e, ou, região, seja para o agregado de suas exportações, seja através de segmentação de sua pauta. Os produtos selecionados para esse estudo foram: café, soja em grão, celulose, açúcar em bruto, carne de frango e carne suína. A escolha deveu-se ao fato de esses constituírem os principais produtos agroindustriais da pauta exportadora de Minas Gerais. Os mercados de destino selecionados foram os Estados Unidos, União Européia, Mercosul, Japão, China, Oriente Médio, Ásia, Europa Oriental e África. Como resultado, percebeu-se que, de modo geral, as exportações mineiras cresceram para todos os produtos analisados no período considerado – 1990 a 2003. Todavia, em uma análise desagregada, observaram-se especificidades importantes. No caso das exportações mineiras de café, houve queda no período mais recente, explicada pelo desaquecimento do comércio mundial do produto. As vendas externas de soja, por sua vez, apresentaram sinal negativo para o efeito competitividade em todos os períodos, embora esse efeito não tenha sido determinante do desempenho das suas exportações. O efeito competitividade garantiu taxa positiva de crescimento das exportações mineiras de celulose no segundo período analisado, quando o mercado mundial para a mercadoria encontrava-se em retração. Por seu turno, os resultados obtidos para as vendas externas de açúcar por Minas Gerais indicaram um dinamismo interessante em períodos de desaquecimento mundial, justificado pelo efeito destino das exportações. Em relação às carnes de frango e suína, cabe destacar o crescimento expressivo das exportações mineiras no período recente, explicado pelo efeito competitividade. Na análise agregada pôde-se observar a importância da influência do efeito comércio mundial nas exportações mineiras para o período analisado. Em relação aos índices de Vantagem Comparativa Revelada, estes mostram um quadro evolutivo crescente para todos os produtos considerados, destacando-se o café, a soja e a celulose, que apresentaram valores maiores que um para todos os períodos, e a carne suína, a única a não apresentar VCR no último período analisado.Item Composição lipídica e a qualidade de bebida do café (Coffea arabica L.) durante o armazenamento(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-13) Vidal, Hélcio Müller; Jham, Gulab NewandramFoi conduzido um estudo interdisciplinar para se avaliar o efeito do tempo de armazenamento, estádio de maturação, modo de secagem, torração e local de colheita sobre a qualidade de bebida e analisar as correlações entre composição química do café, infestação por microrganismos e a qualidade de bebida do café. Os seguintes tratamentos foram usados: Tipo de café (verde, cereja e mistura), modo de secagem (pátio e secador) e local de colheita (Viçosa e Machado). O café foi armazenado durante 4, 7, 10, 13, 16 e 19 meses, sendo então avaliada a qualidade de bebida, a cor, a % de infestação por microrganismos e as alterações na composição lipídica, medida pela determinação do teor de óleo, teor e triacilgliceróis (TAGs) e ésteres de terpenos no óleo, acidez e perfil dos ácidos graxos. Observou-se efeito significativo do tempo sobre a cor, teor de óleo e acidez. A acidez aumentou linearmente em função do tempo, enquanto o teor de óleo caiu. Os principais ácidos graxos identificados foram, na ordem, linoleico e palmítco. Entre os tipos de café, verde, cereja e mistura houve variações significativas na cor, acidez e teor de óleo. Poucas diferenças foram observadas entre o café seco em pátio e em secador, do café seco em secador obteve-se menor acidez e maior teor de óleo. Após torração, a principal mudança foi notada no teor de óleo, enquanto que a composição química se manteve praticamente inalterada. Os resultados obtidos pela degustação forma muito discrepantes. Este método analítico envolve um grande fator de subjetividade, não sendo uma análise exata, sujeita a erros, que a torna não confiável.Item Estrutura e dinâmica de crescimento da cafeicultura em Minas Gerais, 1990 a 2006(Universidade Federal de Viçosa, 2007-02-01) Oliveira, Alessandro de Assis Santos; Gomes, Marília Fernandes Maciel; Silva Júnior, Aziz Galvão daEste trabalho teve como objetivo identificar e analisar a dinâmica de crescimento da cafeicultura em Minas Gerais e em duas regiões do Estado tipicamente produtoras, a saber: o Sudoeste e o Cerrado. Nesse sentido, foram observadas as principais mudanças da produção de café entre 1990 e 2006, por meio da identificação das suas principais fontes de crescimento. O referencial teórico utilizado foi desenvolvido com base nas teorias referentes à modernização da agricultura e no modelo de inovação induzida. O modelo analítico utilizado, denominado Shift-Share, ou diferencial-estrutural, permite decompor as fontes de crescimento nos efeitos área, rendimento, localização geográfica e composição, a fim de encontrar os fatores que seriam os responsáveis pelo crescimento (ou queda) da produção. De acordo com os resultados, o cultivo de novas áreas e a substituição de outras culturas pelo café, em áreas já utilizadas pela agricultura, foram os principais fatores que influenciaram o crescimento da cafeicultura em Minas Gerais entre 1990 e 2006. No Cerrado de Minas, os resultados indicam crescimento da produção em função do acréscimo da área colhida e do aumento da produtividade, compensando os efeitos negativos decorrentes do efeito localização. Já no Sudoeste, o aumento da produção de café tem como responsáveis os efeitos área e composição, ou seja, houve expansão da área cultivada e mudança na composição das culturas da região favoráveis à cafeicultura. Constatou-se também que existem diferenças no desempenho da cafeicultura entre as regiões estudadas em alguns subperíodos e que o Cerrado de Minas apresentou bom desempenho da produção mesmo quando o preço do café estava em baixa. A explicação para esses fatos pode estar ligada à presença do CACCER, importante elemento indutor do desenvolvimento da cafeicultura na região, e à ausência de um programa específico para o desenvolvimento da cafeicultura no Sudoeste de Minas. Desse modo, pode-se salientar que a criação de programas e políticas de desenvolvimento da agricultura, direcionados para as regiões produtoras, aparecem como importante alternativa de sustentação para elas; entretanto, tais políticas e programas devem considerar as características de cada região, de forma a estimular atividades e práticas agrícolas segundo suas necessidades e particularidades. Finalmente, o conhecimento da dinâmica regional, a partir dessa metodologia e desses resultados, é ampliado e serve como valioso subsídio para o aperfeiçoamento das políticas voltadas para o desenvolvimento das regiões produtoras de café em Minas Gerais.Item Seleção de microrganismos para a conversão de xilose em xilitol(Universidade Federal de Viçosa, 2001-08-02) Sampaio, Fábio Coelho; Coelho, Jorge Luiz CavalcanteForam avaliadas duzentos e cinquenta e duas leveduras isoladas do ambiente da indústria de laticínios, dezoito leveduras isoladas de frutos de café e onze fungos filamentosos da micoteca do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Viçosa, para obtenção de xilitol a partir de D-xilose. Esses microrganismos foram cultivados em meio mineral D-xilose e 0,5% leveduras, que acrescido de 1% de de extrato de levedura, a 30 ° C e 100 rpm. Dezenove apresentaram produtividade volumétrica (Q P ) entre 0,06 e 0,12 g L -1 h -1 e rendimento (Y P/S ) de 0,14 a 0,57 g g -1 , foram selecionadas. Os fungos filamentosos apresentaram baixa produção de xilitol variando de 0,14 a 0,52 g L -1 , e leveduras produtividade volumétrica (Q P ) de 0,002 a 0,006 g L -1 h -1 . As selecionadas foram avaliadas numa segunda triagem, com padronização do inóculo inicial. Para seis isolados, a produção de xilitol variou de 4,60 a 6,23 g L -1 , a partir de 10,73 g L -1 de D-xilose com produtividade específica (q P ) entre 0,17 e 0,26 mmol g -1 h -1 , Q P = 0,10 a 0,13 g L -1 h -1 e Y P/S = 0,43 a 0,58 g g -1 . Destacou-se a levedura 1.70, produzindo 6,23 g L -1 de xilitol (Q P = 0,13 g L -1 h -1 , q P = 0,26 mmol g -1 h -1 e Y P/S = 0,58 g g -1 ), a qual foi selecionada para determinação das melhores condições de cultivo. A melhor concentração de D-xilose foi 51,35 g L -1 , com produção de 32,70 g L -1 de xilitol (Q P = 0,49 g L -1 h -1 , q P = 0,49 mmol g -1 h -1 e Y P/S = 0,64 g g -1 ). Utilizando 1,45 g L -1 de massa celular, como parâmetros inóculo inicial, foram obtidos os melhores fermentativos (36,2 g L -1 de xilitol a partir de 56,80 g L -1 de D-xilose, Q P = 0,60 g L -1 h -1 , q P = 0,58 mmol g -1 h -1 e Y P/S = 0,65 g g -1 ). A melhor taxa de aeração foi obtida com partir 200 rpm, produzindo 27,20 g L -1 de xilitol a de 46,70 g L -1 de D-xilose (Q P = 0,90 g L -1 h -1 , q P = 0,74 mmol g -1 h -1 e Y P/S = 0,57 g g -1 ). Para 0,5% de 33,00 g L -1 de xilitol q P = 0,67 mmol g -1 h -1 levedura DIFCO extrato de a partir de 50,00 g L -1 e levedura obteve-se D-xilose (Q P = 0,64 g L -1 h -1 , de Y P/S = 0,65 g g -1 ), e MERCK , para 0,5% de extrato de obteve-se 33,65 g L -1 de xilitol a partir de 47,00 g L -1 de D-xilose (Q P = 0,67 g L -1 h -1 , q P = 0,60 mmol g -1 h -1 e Y P/S = 0,72 g g -1 ). A levedura 1.70 foi caracterizada por provas fisiológicas, bioquímicas e morfológicas, visando a identificação de gênero e espécie. Entretanto, os resultados não foram conclusivos, apesar da semelhança morfológica com o gênero Pichia.Item Determinação da evapotranspiração e da influência da irrigação e da fertirrigação em componentes vegetativos, reprodutivos e nutricionais em café arábica(Universidade Federal de Viçosa, 2000-12-15) Antunes, Rodrigo Corrêa Borges; Mantovani, Everardo ChartuniO presente trabalho constitui-se de três etapas e foi desenvolvido na área experimental da Agronomia do Departamento de Fitotecnia da UFV, durante o período de setembro de 1999 a junho de 2000, com os objetivos de determinar a evapotranspiração e a influência da irrigação e fertirrigação no crescimento vegetativo e reprodutivo, assim como componentes da nutrição de dois cultivares de café arábica em formação, "Catuaí Vermelho" e "Acaiá Cerrado", na região de Viçosa, Minas Gerais. Na primeira etapa, determinou-se a evapotranspiração dos dois cultivares utilizando três procedimentos de campo e um método indireto, este último utilizando o programa computacional SISDA 3. Os valores médios da demanda hídrica do cafeeiro até 20 meses de idade, para cultivares de porte baixo, como o caso do "Catuaí Vermelho", foram de 1,50 e 0,98 mm/dia, para os meses de altas e baixas precipitações, respectivamente, na região de Viçosa. Para cultivares de porte alto, como o "Acaiá Cerrado", os valores de ETc obtidos foram de 1,70 e 1,10 mm/dia, para as duas estações, respectivamente. Os valores médios de kc, para as condições apresentadas no estudo, foram de 0,35 e 0,40 para o "Catuaí Vermelho" e o "Acaiá Cerrado", respectivamente. A utilização do programa computacional SISDA 3, para o manejo da irrigação da cultura do cafeeiro em formação, foi satisfatória. Na segunda etapa avaliou-se a influência da irrigação e fertirrigação em alguns componentes de crescimento para o cafeeiro em formação e mostraram que a tendências das curvas de crescimento não foi alterada pela irrigação ou pela fertirrigação. Entretanto, esse decréscimo nas taxas de crescimento não se reduziu a valores nulos nos tratamentos irrigados e fertirrigados, evidenciando a influência da água e de nutrientes para manutenção do crescimento, mesmo que reduzido, na época fria e seca do ano. A irrigação influenciou positivamente as taxas de crescimento nos dois cultivares, sendo mais expressiva no "Acaiá Cerrado". A aplicação de menores quantidades de adubo via fertirrigação não diminui as taxas de crescimento no "Acaiá Cerrado" em relação ao tratamento com níveis normais de adubo. Na terceira etapa do trabalho avaliaram-se as influências da irrigação e fertirrigação na absorção de nutrientes pela planta e seus efeitos físico-químicos no solo. Os teores foliares de nitrogênio evidenciaram melhor absorção desse elemento pelo "Acaiá Cerrado" irrigado. Os teores de potássio foram muito elevados, em relação à faixa adequada deste para o cafeeiro, principalmente no "Acaiá Cerrado". Não ocorreram problemas de salinização do solo nesse primeiro ano de fertirrigação.Item Biologia e controle químico de Digitaria insularis (L.)(Universidade Federal de Viçosa, 2005-07) Machado, Aroldo Ferreira Lopes; Ferreira, Lino RobertoDigitaria insularis é uma espécie perene, que se reproduz por sementes e rizomas, infestando lavouras de café e outras, onde é considerada uma espécie daninha de difícil controle. Observações a campo, em áreas onde há uso contínuo de glyphosate, têm constatado que plantas originárias de sementes, quando jovens, são controladas pelo herbicida, no entanto, quando as plantas se desenvolvem e formam rizomas, seu controle é ineficiente. Com os objetivos de estudar aspectos da biologia de Digitaria insularis que possam influenciar no seu manejo e avaliar o efeito de doses crescentes de glyphosate em diferentes condições de estresse hídrico no solo no controle desta espécie, foram conduzidos três experimentos em casa de vegetação. No primeiro, através de análise de crescimento, observou-se que o acúmulo de massa seca das plantas de Digitaria insularis foi lento até 45 DAE, com rápido crescimento a partir dos 35 DAE, principalmente de raízes, o que pode ser atribuído à formação dos rizomas. A área foliar máxima foi atingida aos 98 DAE, e a massa seca máxima, aos 105 DAE. No segundo experimento, objetivou-se caracterizar a anatomia de Digitaria insularis, observando-se características anatômicas que influenciam a eficiência do glyphosate. Foi verificado que plantas provenientes de rizomas apresentavam maior índice estomático e maior número de estômatos por mm 2 , maior espessura da epiderme nas faces adaxial e abaxial e maior espessura da lâmina foliar. Constatou-se, nos rizomas, grande quantidade de amido. No terceiro experimento, avaliou- se o controle de plantas Digitaria insularis, cultivadas em vasos, pelo glyphosate nas doses de 0, 540, 1.080, 1.620 e 2.160 g e.a. ha -1 nas condições de umidade do solo de 80, 70, 60 e 50% da capacidade de campo. As plantas foram cortadas e, após a rebrota da parte aérea, quando se apresentavam em pleno desenvolvimento vegetativo, submetidas às várias condições de umidade de solo por 15 dias, até aplicação do herbicida, sendo mantidas nessas condições até o segundo dia após aplicação do herbicida. A eficiência de controle aumentou com a dose do herbicida para cada condição de umidade de solo na avaliação realizada aos 7 DAA. Todavia, aos 14 DAA, com exceção da dose zero, as demais apresentavam controle total da espécie em todas as condições de umidade do solo, não ocorrendo rebrota das plantas tratadas com o glyphosate. Novos estudos, com períodos maiores de estresse, deverão ser realizados para melhor entendimento do efeito do estresse hídrico, usando plantas provenientes de sementes e rizomas.Item Aproveitamento agrícola de material orgânico utilizado como filtro no tratamento de águas residuárias da suinocultura(Universidade Federal de Viçosa, 2000-05) Febrer, Márcia Cristina Ausina; Matos, Antonio Teixeira deEste trabalho foi realizado em duas etapas distintas. A primeira correspondeu à degradação individual dos materiais orgânicos (casca de café, fino de carvão, casca de arroz, serragem de madeira, bagaço de cana-de-açúcar e sabugo de milho triturado), utilizados nos filtros de tratamento de águas residuárias da suinocultura com vistas à utilização agrícola do material obtido. Esses materiais foram dispostos em medas de 60 x 35 x 20 cm e submetidos a revolvimento e umedecimento sempre que necessário. Amostras das medas foram coletadas, quinzenalmente, para determinação das concentrações de nitrogênio e carbono. Após seis meses de degradação, retiraram-se amostras para avaliação da concentração de nutrientes dos compostos orgânicos obtidos. Avaliou-se também a dinâmica do carbono, do nitrogênio e da relação C/N durante o processo de degradação. Dentre os materiais orgânicos estudados, os compostos produzidos com casca de arroz e fino de carvão não apresentaram degradação satisfatória no período de estudo, porém ficaram enriquecidos em termos químicos. O composto produzido com bagaço de cana-de-açúcar pode ser considerado o material orgânico de mais rápida degradabilidade e o fino de carvão vegetal, o de menor degradabilidade, nas condições estudadas. Na segunda etapa, buscou-se quantificar o conteúdo de nutrientes extraídos na produção da alface, cultivar Brasil 303, em doses crescentes dos seis compostos orgânicos produzidos e o efeito residual da aplicação desses compostos no solo. O cultivo da alface foi feito em vasos, arranjados no delineamento inteiramente casualizado. O experimento foi estabelecido em esquema fatorial formado pela combinação de seis tipos de composto orgânico e três doses de adubação, com quatro repetições, além das testemunhas absoluta e química, como tratamentos adicionais. As doses de adubos orgânicos incorporados foram calculadas em termos de N total, equivalentes a uma, duas e quatro vezes à da adubação nitrogenada mineral recomendada para a cultura da alface. Os conteúdos de nutrientes na planta mostraram-se sempre menores que os encontrados na literatura. Entre os tratamentos estudados, de forma geral, os que receberam composto orgânico produzido com fino de carvão e casca de arroz foram os que apresentaram maior produção de matéria seca e maiores conteúdos de nutrientes, tanto na planta quanto no substrato, enquanto entre os substratos de mais baixas relações C/N, tal como a casca de café e o sabugo de milho triturado, foram obtidas as menores produções de matéria seca e conteúdos de nutrientes.Item Relações de preços e hedging no mercado de café(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-19) Pinto, Wildson Justiniano; Silva, Orlando Monteiro daNeste trabalho, procurou-se analisar os mercados futuros de café tendo como foco as bolsas de futuros do Brasil (BM&F), de Londres (LIFFE) e de Nova Iorque (NYBOT), como o objetivo principal de servir como referência para que os agentes possam melhor orientar suas estratégias operacionais quando forem utilizar o mercado futuro de café. Para isso foram feitas análises de co- integração, objetivando detectar semelhanças entre os preços praticados pelas bolsas e os praticados no mercado à vista com cálculos da razão ótima do hedge e da efetividade do hedge, com o intuito de mostrar a quantidade que deveria ser "hedgeada" no mercado futuro para minimizar o risco e quanto da proporção da variância da receita poderia ser eliminada por meio de adoção da razão ótima do hedge. Foram utilizadas séries de preços de quatro regiões de referência: Garça e Santos (São Paulo), Patrocínio (Minas Gerais) e Vitória (Espírito Santo). Excetuando-se a região de Vitória, de onde foram utilizadas cotações de preços do café tipo Conillon, em todas as outras os preços cotados foram para o café Arábica. Valores médios para os diferenciais de preço em diferentes períodos e cálculos dos desvios-padrão serviram de base de apresentação para o comportamento dos preços tanto do mercado à vista quanto de futuros. As análises de co-integração indicaram que os preços à vista das regiões de Patrocínio, Garça e Santos tinham relação de equilíbrio de longo prazo com os preços futuros da BMF&F e NYBOT. Em outras palavras, o comportamento dos preços tanto à vista quanto futuros internos e externos está intimamente relacionado. Com relação aos preços cotados em Vitória (café Conillon), isso não se verificou. Comparando as três bolsas, constatou-se que as operações realizadas no mercado futuro da BM&F são aquelas que apresentam maior razão do hedge e, portanto, maior capacidade de reduzir o risco de preço da operação. O presente estudo permitiu concluir, em linhas gerais, que a melhor efetividade do hedge foi verificada na BM&F, seguida pela NYBOT. Apenas no caso do café (Conillon), a efetividade foi maior na bolsa de Londres. O desempenho favorável encontrado na BM&F, principalmente no ano de 2000, pode ser explicado, em grande parte, pela sua abertura para os agentes estrangeiros das operações do hedging.Item Leguminosas e plantas espontâneas em sistemas agroecológicos de produção de café(Universidade Federal de Viçosa, 2006-02-21) Souto, Renata Lúcia; Cardoso, Irene MariaA agricultura familiar é predominante na Zona da Mata de Minas Gerais, e a utilização das terras se dá principalmente com a utilização de pastagem e do café, quase sempre consorciados com culturas de subsistência. A disponibilidade de nutrientes em sistemas agroecológicos é um dos fatores mais limitantes para a produção, principalmente em se tratando de áreas declivosas, cujo solo, em geral, tem menor fertilidade natural, como é o caso da Zona da Mata de Minas Gerais. A manutenção da ciclagem de nutrientes nestes ambientes se faz necessária, tanto do ponto de vista nutricional para a cultura em questão, em especial o café, como para fins de recuperação e conservação ambientais, como redução da erosão e incremento da biodiversidade. Dentro de uma proposta agroecológica de geração de renda e qualidade de vida, torna-se imprescindível o uso de práticas que valorizem o conhecimento local e a preservação da diversidade de espécies nas propriedades, dentre elas a vegetação espontânea. Este trabalho teve como objetivos identificar o uso e o manejo das espécies espontâneas pelos agricultores familiares da Zona da Mata de Minas Gerais, em sistemas de produção agroecológica, com enfoque nas áreas de cultivo de café; investigar a produção de biomassa, a velocidade de decomposição e a composição química e bioquímica das leguminosas Crotalaria spectabilis, Lablab purpureus, Cajanus cajan e de um conjunto de plantas espontâneas, em dois municípios com diferentes condições edafoclimáticas (Araponga e Pedra Dourada); e aprofundar a dinâmica de mineralização de C e N das leguminosas Crotalaria spectabilis, Lablab purpureus, Cajanus cajan e de um conjunto de plantas espontâneas, e as relações com a taxa de decomposição e a qualidade destes materiais vegetais nos dois municípios. Para isto, agricultores foram entrevistados e suas propriedades foram visitadas. Informações foram também coletadas durante encontros com os agricultores. Dezesseis espécies de plantas espontâneas apareceram como as mais comuns na lavoura de café. Quinze são utilizadas como cobertura do solo, duas como medicinal, três como alimento humano e uma como melífera. Uma única espécie pode ter mais de uma utilização pelo agricultor. Em relação às condições de fertilidade do solo, três são encontradas em solos com alta fertilidade, nove em fertilidade média, e quatro em fertilidade baixa. No que diz respeito à importância na nutrição do café, cinco têm muita importância, quatro têm importância média, e sete têm pouca importância. Das seis espécies que os agricultores deixam crescer nas áreas de cultivo, cinco delas têm importância para a nutrição do café, levando a crer que estas plantas cumprem um papel importante na ciclagem de nutrientes. L. purpureus apresentou menor produção de matéria seca (1,82 kg/ha) em Araponga, local com maior altitude, e os outros adubos não diferiram entre si e foram superiores à L. purpureus. Já em Pedra Dourada, todos os valores foram semelhantes. Em relação à composição química, os valores mais altos de N, em kg/ha, foram para C. cajan, que foi superior à L. purpureus, C. spectabilis e espontâneas. Os valores de P, K, Ca e Mg não diferiram entre todos os adubos verdes. C. spectabilis apresentou maior teor de nutrientes e L. purpureus, menor. Quanto à facilidade de decomposição, todas as leguminosas apresentaram-se com tendências semelhantes, à exceção de L. purpureus em Araponga, que se decompôs mais facilmente. Este material, por sua vez, possui relação PP/N maior, com o favorecimento, então, da decomposição em curto prazo. Pode-se concluir que as plantas espontâneas apresentaram-se com resultados semelhantes às leguminosas para composição química. Em geral, as taxas de decomposição foram maiores em menor altitude e em adubos com relação C/N, LG/PP, PP/N e (LG+PP)/N menores. Os maiores teores de C-CO 2 acumulados foram encontrados para C. cajan, e os menores para as espontâneas, este último podendo estar associado à maiores taxas de hemicelulose destas espécies. Os valores totais de C-CO2 foram maiores numa maior altitude. Em relação à dinâmica de N, houve predomínio de mineralização de N. Os maiores valores de N total mineralizado foram encontrados para C. cajan, em ambas as localidades, e os menores valores para espontâneas. Os valores em geral foram maiores em Pedra Dourada que em Araponga, diferença esta que pode ser atribuída às diferenças edafoclimáticas. O comportamento das espontâneas foi distinto das leguminosas, mas de relevância em médio prazo, em um sistema agroecológico que valorize a diversidade e o incremento da ciclagem de nutrientes. Pode-se concluir que o agricultor utiliza e maneja as espécies espontâneas com o fim de proteção do solo, ciclagem de nutrientes, alimento ou medicinal. Além disso, essas plantas podem ser boas indicadoras de qualidade do solo. É necessário valorizar e reconhecer o uso das plantas espontâneas e estudá-las, como alternativas para uma agricultura mais sustentável. É importante que haja interação de diferentes adubos verdes, combinando velocidade de decomposição às necessidades da cultura principal e aos objetivos do agricultor. Conclui-se também que a mineralização de C é influenciada pela relação lignina/polifenóis, e a mineralização de N pelo teor de polifenóis e pelas relações C/N, LG/N, PP/N e (LG+PP)/N.